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Formação integral do atleta profissional de futebol
Tenho visto muito se falar que o atleta em formação não consegue receber a educação completa, que a carga de treinamentos e jogos não permite com que ele se desenvolva na escola, e que os Clubes não preparam o cidadão e somente o atleta.
E quando a grande maioria não consegue se tornar jogador profissional de futebol, o mercado recebe pessoas sem qualquer qualificação profissional e educacional. Pois bem! Esse ponto vale uma reflexão. Até que ponto os dirigentes de Clubes estão interessados na formação completa do indivíduo que está sob sua responsabilidade? Durante a minha trajetória no futebol, já ouvi várias vezes dirigentes falarem que base é despesa, que não tem como manter as categorias de base da forma que e a legislação determina e, não raras vezes visitei moradias de atletas das categorias de base de times considerados “grandes” que deixariam corados de vergonha até Diretor de Penitenciária.
A necessidade de mudança da “cultura geral” é urgente. É muito bonito o dirigente se gabar de revelar jogadores, porém, para que um jogador chegasse ao momento de êxtase, quantos ficaram pelo caminho sem qualquer alicerce? A principal mudança deve vir com a mentalidade dos dirigentes. Departamento de Base lida com formação, e para tanto, necessita dos investimentos necessários para que a formação seja completa, que se forme o atleta, o homem, o cidadão. Existem inúmeras possibilidades para se garantir essa formação, seja com aporte financeiro do próprio Clube, seja com parcerias com escolas e universidades para fornecerem ensino e estagiários de diversas áreas para atuarem no Clube, sob a supervisão dos Diretores dessas Universidades e, também, apresentando bons projetos pelas Leis de Incentivo ao Esporte Federal e Estaduais.
Caso não consiga cumprir a Lei, e dar dignidade ao atleta em formação, o melhor a fazer é encerrar as atividades das categorias de base do Clube, pois conforme aquela velha máxima: “quem não tem competência não se estabelece”. O que não pode é deixar jovens (crianças e adolescentes) ao léu, eles que saem dos mais diversos cantos do País em busca de seus sonhos e que são relegados ao primeiro sinal de fracasso.
A formação do atleta profissional de futebol passa necessariamente por todas as necessidades dos atleta como alimentação, educação, atendimento médico preventivo e curativo, e treinamento de qualidade com profissionais competentes e treinados para trabalhar com jovens. Essa mudança de mentalidade é necessária de forma urgente, pois a cada dia vemos mais e mais jovens sendo enganados por “pseudos” times e suas categorias de base, verdadeiros “depósitos de atletas”. Fernando Lima.